Rodolfo Brandão
Vivemos cercados de problemas e procurando culpados para eles. Mas, antes disso, gostaria que lessem o texto a baixo produzido por João Pedro Stédile, membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina Internacional.
Segundo a FAO os famintos aumentaram novamente, somente nos dois últimos anos, de 800
milhões para 925 milhões. E milhões de camponeses na
América Latina, Ásia e África estão perdendo suas terras e emigrando. Diante desta nova situação a Via Camponesa, que
reúne dezenas de organizações de camponeses de todo o mundo, postula uma transformação
radical no sistema da produção e do comércio dos alimentos. Defendemos o princípio da soberania alimentar: que em cada região e em
cada país os governos apliquem políticas públicas
que estimulem e garantam a produção e o acesso a t
odos os alimentos
necessários para suas respectivas populações.
Não existe nenhuma região no mundo que não tenha capacidade potencial de produzir sua própria alimentação. Como explicou na década de 50 Josué de Castro, autor de “Geopolítica da fome”, a fome e a falta de alimentos não provêm de uma condição geográfica ou climática, mas são resultado de relações sociais de produção.
Afirmamos que a humanidade deve considerar a alimentação como um direito natural de todo ser humano. Isto implica que os produtos agrícolas não devem ser tratados como uma mercador
ia cuja finalidade seja o lucro empresarial, e que se deve estimular e fortalecer os pequenos agricultores, já que esta é a única política que pode manter a população nas áreas rurais. E desde já,
com a meta de obter alimentos saudáveis e seguros, excluímos o uso de agrotóxicos.
Até agora, os governantes se fizeram de surdos às nossas reclamações. Mas, a menos que adotem mudanças radicais, as contradições e os problemas sociais se agravarão e, cedo ou tarde, explodirão.
Pois bem. Depois dessa pequena explanação sobre o problema alimentar no mundo e as formas de produção e mercado, há de se pensar em uma nova forma de produção de alimentos, tendo em vista a erradicação da fome no mundo. Só assim se pensa melhor, e se constrói um mundo menos desigual.
Sugiro a construção uma nova forma de ensinar. A qual se comprometa a desenvolver uma educação pautada na cidadania. Assim como já previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Garantindo uma educação universalizada, e que ela seja contemplada em todas as fases da educação. Assim, transmitindo conhecimento à partir daquilo que cada educando sabe ou conhece.
Cabe a cada família, exigir isso dos educadores. E a cada educador a perca de práticas estigmatizadas pelos antigos sistemas educacionais e fazer do dia dia-dia um estímulo de novas possibilidades de transformar o universo de seus educandos.
Fontes:
envolverde.ig.com.br
rts.org.br
Imagem: G1.com.br